sábado, 20 de junho de 2009

Its so easy after all

Feliz?
Que motivos? O que faz uma pessoa levantar às seis da manhã todos os dias se olhar no espelho ouvir um axé dar uma dançada beijar o irmão e querer gritar pra todo mundo ouvir que essa vida é muito boa?
Minha vida é boa pra caralho, meu... não adianta.
"A vida pode ser boa mesmo sendo tãããão loucaaaaaaaa" disse o Chorão aquela vez que eu vi de perto. Vida fodona porque eu ganhei uma maçã do amor de graça e comi inteirinha sem me preocupar com as calorias. E até porque a cada dia eu deito na cama e penso nas coisas assim como todo mundo e me sinto completa por ter feito alguém sorrir. E falando em sorrisos, acho que aprendi muito tarde que esse é o objetivo de um dia... Dar e provocar sorrisos... Por estar vestindo camisa xadrez e meia calça listrada numa festa junina da escola, por levantar os olhos da calçada e ser simpática com uma pessoa na rua, por contar uma daquelas piadas da Playboy no quinto período do dia quando ninguém mais aguenta falar sobre Machado de Assis. Por fazer um elogio mesmo não sendo completamente verdade. Por abraçar uma pessoa que já não se abraçava mais devido à convivência, e dizer que se importa, pedir se precisa de ajuda, e aceitar o sorriso mesmo que ele seja triste e uma forma de agradecimento.
Ando feliz não porque encontrei a felicidade... mas porque simplesmente parei de procurar. Larguei de mão daqueles finais de tarde encolhida num canto remoendo um erro envolvendo o tal "calor do momento", e até risquei da minha rotina o mau humor matinal, não podia mais perder tempo dessa vida preciosa e curta reclamando do frio e do atraso, de situações irreversíveis, de ser ignorada, de ser odiada por alguns... E em contrapartida me rendi aos pecados e aos mind states antes desconhecidos, sempre entendendo minhas ações como "se é merda, se usa pra adubar".
Não tenho tempo, simplesmente... quem quer correr o mundo de braços e olhos abertos precisa praticar o desapego, mesmo que ele seja de um estilo de vida antigo: destrutivo. Daquele tipo que as pessoas param pra pensar e sentem ódio de si mesmas por não fazerem o que gostam, mesmo não sendo o que querem... Gente reprimida, sozinha, que mora numa casa de paredes todas brancas e luz fosforescente, que chora entre os sonhos como eu costumava chorar, e que não tem ninguém pra ligar e pedir ajuda.
E eu, que volto pra casa todo dia depois de querer vomitar nessa fase nojenta chamada Ensino Médio, lembrando do mar e do México e desenhando uma vida de liberdade com grafite na classe, mas fico feliz do mesmo jeito, porque foi só mais um dia, depois só mais uma semana, só mais um mês, só mais um ano. Depois passa, assim como uma estação, um voo, um sentimento. O Ensino Médio passa, por isso não posso despejar um centímetro de mau humor em suas manhãs de álgebra e gramática. Eu odeio do mesmo jeito, mas eu nao sou capaz de querer que não aconteça.
Feliz porque eu entendo esse processo e o aceito como se fosse uma peça de um jogo... Um passo. Feliz porque eu ando me apaixonando fácil; pelas coisas, pela arte, pelos quadros nas paredes, pela luz atravessando a água dentro do copo, pelos livros lindos terminados, pelos cds que eu nunca tinha escutado, pelos movimentos inusitados de uma valsa clássica e pelos calores e frios dos sábados à noite. E mais feliz ainda porque não tenho mais insônia nem pesadelos, mas andei sonhando com flores e com cortinas brancas voando... Feliz porque hoje meu coração é suficientemente mole pra sentir vontade de abraçar minha professora que parece tão sozinha, vontade de pintar as unhas todas as vezes de vermelho tomate pra dar um pouco de cor pra essa casa, vontade de deitar no sol e ficar imaginando a sensação de morar um pouco mais perto do equador.
Não tem mais muito o que dizer, mesmo que a idéia original do texto fosse simplesmente fazer uma lista de todas as coisas felizes dessa minha vida, mas seria muito comprida, envolveria as lembranças recuperadas das férias em Búzios, as "voltas por cima" que eu dei, os gols comemorados no campinho improvisado de Camboriú, os braços abertos pra Mata Atlântida pra África e pro jipe 4x4 de trilha. Envolveria toda minha história - os acontecimentos importantes, os acontecimentos pequenos.
Feliz porque felicidade se sente de leve, em doses homeopáticas, absorvendo os ritmos os sons as cores e a poesia de todos os momentos...
Feliz porque minha felicidade é construida em cima tudo que é insignificante, e um sinal de felicidade verdadeira é quando se consegue fazer um ato comum ou algo que aconteceu sem que se desse a devida importância, virar poesia; um motivo consideralvemente grande pra se julgar nua e puramente feliz.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

CAN'T STOP

And I want to be known for my hits,
not just my misses
I took a shot and didn't even come close,
at trust and love and hope
And the poets are just kids
who didn't make it
Who never had it at all